quinta-feira, 3 de junho de 2010

ANÁLISE CRÍTICA

Vídeos apresentados na palestra realizada pela locutora Tatiane Campos no dia 28/05/2010 sobre as mensagens subliminares através dos meios de comunicações e as produções audiovisuais.

As mensagens subliminares mostradas nas imagens são aquelas que apresentam de alguma forma e maneira algo real ou apenas virtual, sendo assim registradas de forma forte na memória sem que o telespectador perceba, que no decorrer do tempo serão desenvolvidas de maneira sutil e impactante. As informações recebidas fazem com que a pessoa realize algumas das mensagens que ficaram registradas no cérebro. As mensagens são criadas e utilizadas de maneira em que sutilmente e propositalmente sejam inculcados tanto na mente que eleva a pessoa a desenvolver alguma atitude para o bem quanto para o mal. Tantos as mensagens quanto às produções audiovisuais servem também para o trabalho de conscientização, se forem usadas e utilizadas de maneira correta, com certeza irá transmitir e terá um efeito no que se quer mostrar, sendo transferida e inserida simultaneamente no cotidiano de cada ser humano. Muitas mensagens são feitas com o objetivo de fazer o telespectador incentivado pela a mesma a consumir ou usar algo que ele não precise. Essas mensagens que foram utilizadas nos mostram a verdadeira realidade das nossas ações, pois a humanidade é má de natureza procurando o seu próprio interesse e “bem estar”, sacrificando e ignorando a vida em todos os sentidos, a informação é: Se não houver uma educação de valores, regras e respeito, estaremos nos destruindo, porque sentimento sem ação gera degradação, não basta acharmos uma paisagem bonita sem preservação da mesma, não basta à realização de um belo um casamento sem cultivar o respeito entre ambos, levando como conseqüência reflexos a destruição e até a morte de um dos cônjuges, não basta valorizar o exterior enquanto belo, destruindo o interior, é certo que mostramos o melhor que existe de cada um. Quantas pessoas sentem-se sozinhas em meio à multidão necessitando de atenção de serem reconhecidas pelas contribuições que deram. O que se torna luxo para a maioria, conseqüentemente torna-se lixo para os demais. A falta de amor entre as pessoas deixam marcas que são indeléveis, como foi mostrado nas imagens exibidas. A lei do AMOR dará o que a humanidade perdera com o afastamento do seu criador, levando assim ao grande caos que se encontra o mundo em que vivemos. Esses recursos usados e utilizados unidos a educação podem tornar possível um novo aspecto e sentimento, que com certeza incentivarão é facilitará a uma reeducação e reflexão na qual permitirá ao leitor a captação da transmissão de algo que inconscientemente o telespectador viu ou ouviu, e que de alguma forma possam utilizar no seu dia a dia. O poder que a telecomunicação tem é muito grande, pois conseguem utilizar qualquer imagem ou mensagem em algo que nos afete e nos tornem de alguma forma alienados. Por isso se faz necessário a utilização deste meio para nos ajudar como forma educativa, com mais propagandas educativas se possível durante todo o período de transmissão e programação e na sala de aula com o incentivo do professor na elaboração de trabalhos e pesquisas de acordo com a necessidade de cada turma em relação ao tema abordado. Com isto, aproveitaríamos esse poder para algo que impactasse e reestruturasse a educação no seu contexto geral.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

CRESCIMENTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM DESAFIO PARA EDUCADORES E COMUNICADORES

Max G. Haetinger

Quando se fala de educação a distância, fala-se em um assunto da moda nestes últimos tempos.Todas as instituições estão voltadas para este tema agora. Mas que revolução ou que nova forma é esta de educar os seres humanos?
Para começar, a
educação a distancia é tão antiga quanto a existência do seres humanos no planeta Terra. Sem querer ser filósofo, esta começou, certamente, quando homens das cavernas faziam traços nas paredes, mostrando as etapas da caça ou outras informações que, gravadas na pedra, serviam de referência para estas civilizações. Mais tarde, a escrita e a sua evolução através de livros, por exemplo, e outros meios de registrar a informação a substituiriam.
Já nos últimos anos, o ensino a distância proliferou com a educação via "Correio" (com cursos que funcionavam através de materiais enviados por esse meio de comunicação). No Brasil, isto se tornou muito forte no ensino técnico, tão esquecido nas escolas e muito divulgado nos anos 60 e 70 do século passado. As instituições usavam principalmente as apostilas para este tipo de educação.
Recentemente, surgiram novas tecnologias que foram utilizadas para o ensino a distância, como a fita K7, muito usada em cursos de línguas e as fitas de vídeo. Claro que, com todas estas ferramentas, o ensino a distância começou a se tornar mais atraente, e o ato de educar mais eficaz, proporcionando que alguém, mesmo estando longe e sem a aula presencial, pudesse aprender.
Porém, apesar desses avanços do ensino a distância, ainda ficavam no ar muitas dúvidas quanto à assimilação, à eficácia real desse método, à falta de estímulo causada pela solidão no ato de aprender e muitas outras questões. Certamente, estas dúvidas afastavam instituições mais "sérias e renomadas" deste tipo de atividade, também por medo, descrédito ou desinteresse econômico.
Nesse momento, então, entraram a informática, com o computador, e, principalmente, a comunicação em rede (Internet) como grandes revoluções na área de ensino a distância. Com a chegada da informática e da comunicação em tempo real, online, houve um redescobrimento do significado da educação a distancia.
Logo, um grande número de instituições voltadas ao ensino universitário e técnico começou a desenvolver trabalhos nestas áreas, utilizando esta nova tecnologia como grande suporte para este tipo de educação. Estas instituições também se interessaram por uma necessidade de ampliação de mercado (devido à concorrência na área educacional), pela escassez cada vez maior de espaço físico para atender a demanda de alunos que procuram as escolas e universidades, e para encurtar a distância entre países tão continentais como Estados Unidos e BRASIL.
E estamos, aqui, em frente a um computador, ligados à Internet, com vídeos interativos e vídeo-conferências, aprendendo e ensinando, e, principalmente, oferecendo a capacidade real de uma transmissão de conhecimento em larga escala com abrangências mundiais.
Isto até parece filme de ficção científica, mas não é! Por isto, educar a distância ou mesmo desenvolver possibilidades de uma educação virtual são marcos desta nova sociedade globalizada. E nos cabe, como educadores e comunicadores, descobrir as melhores formas de desenvolver as muitas possibilidades de ensinar nesse novo modelo, quando não estamos com o aluno a nossa frente. Temos o compromisso de ser profissionais que conseguirão unir áreas tão complexas como a educação, a comunicação e a informática. O desafio está lançado e nós, sociedade, temos que colocar a mão na massa.
EDUCAR É ENCURTAR CAMINHOS, É OFERECER SAÍDAS, É DESCOBRIR O AMANHÃ..

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Falando sobre Educação a Distância

Os cursos de Educação a Distância, inicialmente, se deram através dos formatos por correspondência. Posteriormente, foram utilizados também recursos de rádio e televisão como suporte de veiculação de mensagens. Buscava-se em um primeiro momento superar os limites de origem geográfica e de propor a democratização do ensino. Com o uso da internet nos dias atuais, além da proposta de superação de limites geográficos, a Educação a Distância, hoje, é uma possibilidade de maior amplitude de escolhas para o aluno quanto aos conteúdos e aos meios de aprendizagem. A nova proposta pedagógica exigida para oferta de Educação a Distância passa por análise de pedagogos, professores, e técnicos de várias áreas de tecnologia, o que institui claramente a necessidade de uma equipe multidisciplinar na produção e oferta dos cursos.No planejamento de projetos EAD é importante definir questões tais como: qual é o objetivo do curso, qual é o público-alvo, identificar qual a metodologia educacional a ser utilizada, incluindo procedimentos de ensino e critérios para formulação de conteúdo, estratégias de aprendizagem e tipos de mídias a serem utilizadas, mais adequadas a este projeto. Estes tópicos são, especificamente, tratados em relação ao desenho instrucional do curso online.Segundo Campos (2007), para realizar um planejamento, é necessário definir-se um método, a fim de que todas as ações a serem realizadas sejam descritas. Sem requisitos bem especificados, sem definições e um design acurado dos cursos, não há como desenvolver e proceder às avaliações dos mesmos (Campos, 2007, apud ANDRIOLE, 2002).O planejamento de um curso de Educação a Distância tornou-se, pois, uma das principais questões diante da proposta de uma nova modalidade de ensino a ser desenvolvida e sua nova relação com os processos de aprendizagem.Devemos considerar que novas relações devem ser cuidadosamente estabelecidas em substituição às relações presenciais (em cursos EAD o curso pode ser totalmente à distância, ou híbrido, ou seja, com encontros presenciais periódicos), de modo que o aluno, apesar de separado geograficamente, se sinta adequadamente orientado no seu processo de estudo.Segundo Litwin (2001), embora a modalidade a distância permita uma organização autônoma dos estudantes, não se deve esquecer que nela selecionam-se os conteúdos, orienta-se o prosseguimento dos estudos e propõem atividades para que os estudantes resolvam os mais complexos ou os mais interessantes problemas. Os programas de educação à distância contêm uma clara proposta didática, enfatizam a autonomia dos estudantes em relação à escolha de espaços e aos tempos para estudo. Esta autonomia não deve ser confundida com o autodidatismo, pois o autodidata é o estudante que seleciona os conteúdos e não conta com uma proposta pedagógica e didática para o estudo.Esta nova modalidade de ensino é baseada, indiscutivelmente, no planejamento prévio e cuidadoso, baseado em materiais impressos, vídeos, áudios, atividades pré-estabelecidas em AVAs - Ambientes Virtuais de Aprendizagem etc. Devemos observar que a produção de materiais é uma parte da ação de planejamento do curso. A proposta de aprendizagem será complementada com o uso de recursos, tais como: AVA, videoconferência, com o uso das tutorias à distância e tutorias presenciais, encontros presenciais programados previamente etc. A nova proposta baseada em planejamento prévio e uso de recursos tecnológicos educacionais vem contribuir para a Educação como um todo, não só na modalidade a distância, mas também na modalidade de ensino presencial.ReferênciasCAMPOS, Gilda Helena Bernardino de. Planejamento de Projetos em Educação a Distância. In: SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Programa de Pós-Graduação em Educação a Distância – Unidade 4: Competências, Planejamento e Avaliação. Rio de Janeiro, Editora SENAC, 2007. p. 48-62.LITWIN, Edith. Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: ArtMed, 2001.http://www2.abed.org.br/

Educação a distância por videoconferência


A educação a distância por videoconferência pode ser considerada como uma alternativa de formação profissional tanto para empresas que querem treinar seus empregados como para instituições educacionais que querem capacitar seus professores. Em termos de vantagens econômicas, a videoconferência permite dispensar treinamento diretamente no local de trabalho ou nas instituições educacionais que possuam o equipamento necessário. O uso da videoconferência reduz os custos de transporte e de alojamento, além de evitar os deslocamentos tanto de alunos como de professores e a necessária substituição dos que saem para estudar. No caso do Brasil, com a verba necessária para mandar um professional-aluno estudar fora, é possível qualificar até 25 funcionários dentro do próprio local de trabalho (Veja, 16/06/99, p. 119).
Cruz e Moraes (1998) listam algumas vantagens e desvantagens do uso da videoconferência na educação, tendo em vista o atual parâmetro tecnológico.
Vantagens:
permite uma transição mais gradual dos métodos presenciais
permite espaço colaborativo para socialização e aprendizado colaborativo em grupo
possibilita escolher e planejar cursos mais interativos para classes pequenas ou menos interativo para grandes audiências
pode-se escolher os meios de transmissão conforme a possiblidade, disponibilidade e demanda.
Desvantagens
a baixa qualidade de som e imagem
dificuldade de se adaptar a sala de videoconferência a situação didática
os altos custos de implementação, instalação e manutenção comparados com um baixo uso na fase inicial
altos custos de transmissão das linhas telefônicas
por desconhecimento, não utilziar todo o potencial didático do meio, reduzindo-o a mera reprodução de palestras, com pouca interação entre os participantes.
As experiências de ensino a distância mostram que o uso da videoconferência motivapositivamente tanto alunos quanto professores. A expectativa de utilizar tecnologia de ponta na sala de aula traz, ao mesmo tempo, curiosidade e apreensão pela possiblidade de experimentar um jeito novo de ensinar e aprender. Representa principalmente um desafio para o professor, que precisa adaptar sua maneira de ensinar à nova dinâmica da aula.
A grande pergunta que se coloca para quem vai ensinar por videoconferência é: como preparar essa nova aula? Ela terá que sermuito diferente da aula comum, presencial, em que todos os alunos estão na mesma sala, sem a necessidade da interface representada pela tela de TV? Que novas competências precisam ser adquiridas?
Cyrs (1997) relaciona algumas das competências que o professor precisa desenvolver para ensinar através da videoconferência:
planejamento e organização dos cursos;
habilidades de apresentação verbais e não verbais;
conhecimento sobre como incentivar trabalho colaborativo em grupo;
dominar estratégias de questionamento;
possuir profundo conhecimento sobre o conteúdo da disciplina;
saber como envolver estudantes e coordenar suas atividades a distância nos diferentes locais;
possuir um conhecimento básico sobre teorias de aprendizagem;
dominar um conhecimento sobre o campo do ensino a distância;
ser capaz de desenvolver guias de estudo relacionados ao que vai na tela da televisão;
desenvolver um racioncínio gráfico e pensar visualmente.
A preparação dos professores é fator primordial para o sucesso e a continuidade de qualquer programa de educação a distância. Isso porque, ao contrário do ensino face-a-face, os desafios para quem vai ensinar a distância são enormes. É preciso recriar o curso de uma nova maneira, deixar o papel de provedor para o de facilitar de conteúdos, adquirir segurança e eficiência ao usar a tecnologia como uma ligação principal entre alunos e professroes, aprender a ensinar efetivamente sem o controle visual proporcionado pelo contato "olho-no-olho" direto, desenvolver um entendimento e uma apreciação pelo estilo de vida dos estudantes a distância.

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Educação a distância: limites e possibilidadesSylvia Vergara *
1. Por que educação a distância? Educação a distância é um conceito muito em voga atualmente. Primeiro, porque vivemos a era da informação, e saber trabalhar com ela é fundamental para poder gerar conhecimento e adquirir vantagem competitiva. Segundo, porque para usufruir de tal vantagem é preciso ter um grande contingente de pessoas capazes de gerar conhecimento e, nesse aspecto, a educação formal é um meio privilegiado. Terceiro, porque as tradicionais formas presenciais de educação, sozinhas, não dão conta da empreitada que hoje se coloca para países, estados, municípios, empresas, organizações em geral.

Tecnologias usadas no ensino a distância


Educação inovadora na Sociedade da Informação


José Manuel Moran

É um desafio aprender a gerenciar o processo de aprendizagem, presencial e a distância, na transição para a Sociedade da Informação. Organizações educacionais e empresariais precisam rever seus processos de organização, flexibilizar seus currículos, adaptar-se a novas situações, formar seus docentes no gerenciamento da aprendizagem com tecnologias telemáticas. Este artigo mostra o resultado de experiências de organizar cursos em ambientes presenciais e virtuais, procurando ampliar o conceito de aula, de interação e pesquisa para além da presença física num mesmo espaço e ao mesmo tempo.

Palavras-chave: Educação, Internet, ambientes virtuais, educação a distância, Sociedade da Informação.

Estamos em uma etapa de grandes mudanças na transição para a Sociedade da Informação, que afetam também à Educação. Temos que repensar seriamente os modelos aprendidos até agora. Ensinar e aprender com tecnologias telemáticas é um desafio que até agora não foi enfrentado com profundidade. Temos feito adaptações do que já conhecíamos. A educação presencial e a distância começa a ser fortemente modificada e todos nós, organizações, professores e alunos somos desafiados a encontrar novos modelos em todas as situações. As tecnologias telemáticas de banda larga, que permitirão ver-nos e ouvir-nos facilmente, colocam em xeque o conceito tradicional de sala de aula, de ensino e de organização dos procedimentos educacionais. O conceito de curso, de aula também está mudando. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo e esse espaço serão, cada vez, mais flexíveis. O professor continuará "dando aula", de uma forma menos informativa e mais gerenciadora, utilizando as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: Professor de Novas Tecnologias na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e no Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie. jmmoran@usp.br

Para alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da Internet, até mesmo fora do horário específico da aula, receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão etc. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos poderão estar motivados, se entenderem a “aula” como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. Começamos a ter acesso a programas que facilitam a criação de ambientes virtuais, que colocam alunos e professores juntos na Internet. Programas como o WebCT, o Blackboard, o Eureka, o LearningSpace, o Aulanet, o FirstClass, o TopClass, o Universite e outros semelhantes permitem que o professor disponibilize o seu curso, oriente as atividades dos alunos, e que estes criem suas páginas, participem de pesquisa em grupos, discutam assuntos em fóruns ou chats. O curso pode ser construído aos poucos, as interações ficam registradas, as entradas e saídas dos alunos monitoradas. O papel do
professor se amplia significativamente: Do informador, que dita conteúdo, se transforma em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação, dentro e fora da sala de aula, de um processo que caminha para ser semipresencial, aproveitando o melhor do que podemos fazer na sala de aula e no ambiente virtual. É um desafio aprender a gerenciar o processo de aprendizagem com alunos conectados pela Internet, tanto na educação presencial como na educação a distância. Organizações educacionais precisam rever seus processos de organização, flexibilizar seus currículos, adaptar-se a novas situações, formar seus docentes no gerenciamento da aprendizagem com tecnologias telemáticas.

Gerenciamento de cursos presenciais em ambientes virtuais

Venho desenvolvendo alguns cursos de pós-graduação e de especialização utilizando programas que permitem realizar um conjunto de atividades pedagógicas e de acompanhamento de alunos dentro de um mesmo ambiente virtual. São cursos semipresenciais, que combinam encontros físicos em uma sala de aula com encontros virtuais, online (estando todos conectados todos ao mesmo tempo) e offline (deixando a critério de cada um quando fazê-lo). Se alunos e professores estão conectados, surgem novas oportunidades de interação, antes simplesmente impensáveis. O que vale a pena fazer quando estamos em sala de aula e quando estamos só conectados?. Como combinar a interação presencial e virtual? Como “dar aula” quando os alunos estão distantes geograficamente e podem estar conectados virtualmente? Pela primeira vez o mesmo software de gerenciamento pode servir tanto para um programa de educação presencial e a distância. O presencial, o semipresencial ou o online e o a distância mudam com todas estas novas interações.
Relatarei, a seguir, com mais detalhes o gerenciamento de um curso de Pós- Graduação semipresencial sobre Redes Eletrônicas na Educação. Nas primeiras aulas do curso, procurei motivar os alunos para o curso, criar boas expectativas, estabelecer laços de confiança e organizar o processo de aprendizagem. Discutimos alguns textos básicos, criamos uma lista de discussão por e-mail para troca de informações fora da aula. Fui colocando textos à cada semana no programa WebCT e pedi aos alunos que os lessem, analisassem, escrevessem comentários. E marcávamos alguma atividade de discussão desses textos através de chat. O programa tem seis salas disponíveis de chat. As quatro primeiras permitem a gravação do que acontece. Algumas atividades foram do tipo aulaconsulta, para tirar algumas dúvidas, onde cada um colocava alguma questão em relação ao texto e o professor procurava orientá-los. Em outros momentos, organizamos grupos para discutir um tema bem específico dentro de cada sala de aula virtual, com a supervisão do professor. Cada experiência virtual online teve o seu valor. Tirar dúvidas pode ser útil, se o grupo for disciplinado e não muito numeroso. Os nomes dos alunos e do professor aparecem em um canto da tela e todos sabem quem entra, sai ou permanece lá. Discutir um texto ou questão em pequenos grupos em salas virtuais é interessante. Corresponde à discussão feita em grupos numa sala de aula presencial. Através da lista de discussão ou fórum o professor organiza os grupos com seus coordenadores e salas respectivas e discutem o texto ou assunto indicado durante um tempo determinado. O professor navega pelas várias salas, acompanha a discussão, participa quando percebe que é conveniente. Essa conversa de cada grupo fica registrada para acesso posterior de qualquer aluno na hora que ele quiser. É importante que cada grupo faça uma síntese do que foi discutido para facilitar o próprio trabalho de aprendizagem e de quem acessar depois. Essa síntese pode ser colocada também no fórum para dar-lhe mais visibilidade. Como nem sempre é possível reunir os alunos em horários predeterminados, o professor pode organizar também discussões gerais ou grupais no fórum. É um espaço onde se podem criar tópicos de discussão e cada um escreve quando o considera conveniente. Há fóruns gerais, para todos e podem também ser organizados em grupos, para discutir assuntos específicos e facilitar a interação. Os fóruns de grupos podem ser abertos a todos ou só para cada equipe, dependendo do grupo e da atividade. O importante é que os grupos participem, se envolvam, discutam, saiam do isolamento, um dos grandes problemas da educação a distância até agora. As ferramentas de comunicação virtual até agora são predominantemente escritas, caminhando para ser audiovisuais. Por enquanto escrevemos mensagens, respostas, simulamos uma comunicação falada. Esses chats e fóruns permitem contatos a distância, podem ser úteis, mas não podemos esperar que só assim aconteça uma grande revolução, automaticamente. Depende muito do professor, do grupo, da sua maturidade, sua motivação, do tempo disponível, da facilidade de acesso. Alguns alunos se comunicam bem no virtual, outros não. Alguns são rápidos na escrita e no raciocínio, outros não. Alguns tentam monopolizar as falas (como no presencial) outros ficam só como observadores. Por isso é importante modificar os coordenadores, incentivar os mais passivos e organizar a seqüência das discussões. Hoje a possibilidade que temos de troca no presencial é muito maior que no virtual embora não aproveitemos, em geral, o seu potencial). Com o avanço da banda larga, ao ver-nos e ouvir-nos facilmente, recriaremos condições de presencialidade de forma mais próxima e sentiremos mais o contato com os outros, que estão em diversos lugares. Pela avaliação feita com os alunos, vale a pena utilizar ambientes virtuais como ampliação do espaço e tempo da sala de aula tradicional, mas não são uma panacéia para a aprendizagem nem substituem a necessidade de contatos presenciais periódicos. Equilibrando o presencial e o virtual podemos obter grandes resultados a um custo menor de deslocamento, perda de tempo, e de maior flexibilidade de gerenciamento da aprendizagem. Educar em ambientes virtuais exige mais dedicação do professor, mais tempo de preparação – ao menos nesta primeira fase - e principalmente de acompanhamento, mas para os alunos há um ganho grande de personalização da aprendizagem, de adaptação ao seu ritmo de vida, principalmente na fase adulta. Com o aumento do acesso dos alunos à Internet, poderemos flexibilizar bem mais o curriculum, combinando momentos de encontro numa sala de aula, com outros de aprendizagem individual e grupal. Aprender a ensinar e a aprender integrando ambientes presenciais e virtuais é um dos grandes desafios que estamos enfrentando atualmente na educação no mundo inteiro. É importante neste processo dinâmico de aprender pesquisando, utilizar todos os recursos, todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por cada classe: integrar as dinâmicas tradicionais com as inovadoras, a escrita com o audiovisual, o texto seqüencial com o hipertexto, o encontro presencial com o virtual. O que muda no papel do professor? Muda a relação de espaço, tempo e comunicação com os alunos. O espaço de trocas aumenta da sala de aula para o virtual. O tempo de enviar ou receber informações se amplia para qualquer dia da semana. O processo de comunicação se dá na sala de aula, na internet, no e-mail, no chat. É um papel que combina alguns momentos do professor convencional - às vezes é importante dar uma bela aula expositiva – com mais momentos de gerente de pesquisa, de estimulador de busca, de coordenador dos resultados. É um papel de animação e coordenação muito mais flexível e constante, que exige muita atenção, sensibilidade, intuição (radar ligado) e domínio tecnológico.

Educação a Distância em ambientes virtuais.

Educação a distância é um processo de ensino-aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. Na expressão “ensino a distância” a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). Preferimos a palavra “educação” que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada. Hoje temos a educação presencial, semipresencial (parte presencial/parte virtual ou a distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É a educação convencional. A semipresencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou
não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. Outro conceito importante é o de educação contínua ou continuada, que se dá no processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas informações e relações. A educação contínua pode ser feita presencial, semipresencialmente ou totalmente a distância. A educação a distância pode ser feita nos mesmos níveis que na educação regular: É mais adequada para a educação de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece na pósgraduação e também na graduação.
Há modelos exclusivos de instituições de educação a distância, que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância da Espanha. A maior parte das instituições que oferecem cursos a distância também o fazem na educação presencial. Esse é o modelo atual predominante no Brasil. Atualmente estão sendo criados consórcios de universidades públicas e particulares para conseguir maior presença no mercado educacional. Poderemos oferecer cursos predominantemente presenciais e outros predominantemente virtuais. Isso dependerá da área de conhecimento, das necessidades concretas do currículo ou para aproveitar melhor especialistas de outras instituições, que seria difícil contratar. Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial (aula multiplicada ou
disponibilizada). Há um predomínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação on line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes). Apesar disso, já é perceptível que começamos a passar dos modelos predominantemente individuais para os grupais na educação a distância. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio, caminhamos para mídias mais interativas e mesmo os meios de comunicação tradicionais buscam novas formas de interação. Da comunicação off line estamos evoluindo para um mix de comunicação off e on line (em tempo real). Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual (que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a Internet, telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade) o conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" com sua imagem e voz, na aula de outro professor. Haverá, assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo de aprendizagem, muitas vezes a distância. Educação a distância não é um "fast-food" em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática pedagógica que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo – de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindonos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, idéias. As crianças, pela especificidade de suas necessidades de desenvolvimento e
socialização, não podem prescindir do contato físico, da interação. Mas nos cursos superiores, o virtual, provavelmente, superará o presencial. Haverá, então, uma grande reorganização das escolas. Edifícios menores. Menos salas de aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas. A casa e o escritório serão, também, lugares importantes de aprendizagem. As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo. Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (só visando o lucro, multiplicando o número de alunos com poucos professores). Outras oferecerão cursos de qualidade, integrando tecnologias e propostas pedagógicas inovadoras, com foco na aprendizagem e com um mix de uso de tecnologias: Ora com momentos presenciais; ora de ensino on line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes); adaptação ao ritmo pessoal; interação grupal; diferentes
formas de avaliação, que poderá também ser mais personalizada e a partir de níveis diferenciados de visão pedagógica. Para onde caminha a Educação na Sociedade da Informação
Caminha para uma aproximação sem precedentes entre o presencial e o virtual. Os modelos atuais ainda são predominantemente excludentes e separados na sua organização e realização. Estamos começando a perceber a aproximação de modelos híbridos de cursos presenciais e a distância e caminhamos para uma integração quase total, onde os conceitos de presencial e a distância sofrerão tais remodelações que se tornarão rapidamente obsoletos. A internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo real de som e imagem . Cada vez será mais fácil fazer integrações profundas entre TV e WEB (a parte da Internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...). Enquanto assiste a determinado programa, o telespectador começa a poder acessar simultaneamente às informações que achar interessantes sobre o programa, acessando o site da programadora na Internet ou outros bancos de dados. Caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis, integradas. Para estruturas mais enxutas. Está em curso uma reorganização física dos prédios. Menos quantidade de salas de aula e mais funcionais. Todas elas com acesso à Internet. Os alunos começam a utilizar o notebook para pesquisa, busca de novos materiais, para solução de problemas. O professor também está conectando-se mais em casa e na sala de aula e tem mais recursos tecnológicos para exibição de materiais de apoio para motivar os alunos e ilustrar as suas idéias. Teremos mais ambientes de pesquisa grupal e individual em cada escola; as bibliotecas se convertem em espaços de integração de mídias, software, bancos de dados e assessoria. O processo de mudança na educação não é uniforme nem fácil. Iremos mudando aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da maior relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora. Com o aumento da velocidade e de largura de banda, ver-se e ouvir-se a distância será corriqueiro. O professor poderá dar uma parte das aulas da sua sala e será visto pelos alunos onde eles estiverem. Em uma parte da tela do aluno aparecerá a imagem do professor, ao lado um resumo do que está falando. O aluno poderá fazer perguntas no modo chat ou sendo visto, com autorização do professor, por este e pelos colegas. Essas aulas ficarão gravadas e os alunos poderão acessá-las off line, quando acharem conveniente. As possibilidades educacionais que se abrem e os problemas são imensos. Haverá uma mobilidade constante de grupos de pesquisa, de professores participantes em determinados momentos, professores da mesma instituição e de outras. Muitos cursos poderão ser realizados a distância com som e imagem, principalmente cursos de atualização, de extensão. As possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas envolvidas. Os problemas também serão gigantescos, porque não temos experiência consolidada de gerenciar pessoas individualmente e em grupo, simultaneamente, a distância. As estruturas organizativas e currículos terão que ser muito mais flexíveis e criativos, o que não parece uma tarefa fácil de realizar.
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PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da
informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
A educação à distância no contexto das novas tecnologias tem oferecido aos alunos e professores um novo meio de ensino e aprendizagem, sendo muito mais dinâmico e atraente. Onde Tratamos de um ambiente virtual na qual às aulas podem ser ministradas pela internet em tempo real. Permitindo ao próprio aluno entudar com mais tranquilidade e conforto que pode ser em sua casa ou em outro lugar parecido, lembrando como se estivesse em uma sala de aula convencional. A Sala Virtual dispõe de um ambiente de ensino-aprendizagem com todas as ferramentas de uma sala de aula (quadro-branco, interação professor-aluno e interação aluno-aluno) e muitas outras, que só um ambiente virtual é capaz de oferecer. Tudo isso on-line e em tempo real usando as mais avançadas tecnologias de vídeo conferência e e-learning disponíveis na atualidade.
As aulas ministradas em um ambiente virtual são muito parecidas com as aulas presenciais que conhecemos. A diferença é que o professor e o aluno não estão em uma mesma sala de aula física e sim conectados em uma sala de aula virtual através do computador e da Internet.

sexta-feira, 14 de maio de 2010




Ser Professor é ...


Transmitir e conduzir o aluno ao aprendizado.
Ele ensina, compreende, ama e tem sabedoria para ajudar os alunos com as suas dificuldades, despertando no aluno a busca pelos seus sonhos e objetivos, contribuindo assim, para formação de cidadãos responsáveis pelas gerações futuras.
O professor é o mestre dos mestres. Para mim, é a mais bela profissão e a mais importante do mundo.

Texto Coletivo: Possibilidades e Limites no Processo de Ensino- Aprendizagem a Distância

Carolina Carrion Mendes, PPGEDU-UFRGS,carolcmr@terra.com.br
Gerson Luiz Milla, UFRGS, gerson.millan@ufrgs.br,
Renata Polisemi Miranda, renata.poliseni@ufrgs.br
Rosária Lanziotti Moraes, PEAD/UFRGS, rosariamoraes@yahoo.com.br
Taís Fim Alberti, Psicóloga, PPGEDU/UFRGS, fim.alberti@ufrgs.br
Patricia Alejandra Behar, UFRGS, pbehar@terra.com.br;
Resumo
O presente artigo advém de um trabalho coletivo que visa abordar a aprendizagem colaborativa/cooperativa e suas possibilidades e limites na utilização das tecnologias. O mesmo foi desenvolvido coletivamente na disciplina Seminário Avançado: Oficinas Virtuais de Aprendizagem. Utilizamos a ferramenta ETC para escrita deste. Serão discutidas as possibilidades de construção do processo de ensino-aprendizagem a distância no desenvolvimento de um trabalho coletivo, envolvendo cooperação, colaboração, interação e interatividade. Entre as questões que se levantam pretende-se entender essa linguagem no âmbito das práticas mediadas por tecnologias; como motivar o diálogo entre os participantes para despertar nesses sujeitos o papel de criadores e como a escolarização mediada por tecnologias pode fazer a diferença na vida profissional dos sujeitos e na sua formação.

Palavras-Chaves: Texto coletivo - Interação – Interatividade - Cooperação - Colaboração
Abstract
This article comes from a collective work which aims to address the learning collaborative/cooperative and its possibilities and limitations in the use of technology. This work was developed collectively in the discipline Advanced Seminar: Offices of Virtual Learning. ETC use the tool for writing this. They will be discussing the possibilities of building the teaching-learning process of the distance in the development of a collective work, involving cooperation, collaboration, interaction and interactivity. Among the issues that arise seeks to understand the language in the context of the practices mediated by technology; How to motivate a dialogue between participants to awaken those subjects and the role of designers such as education mediated by technology can make a difference in the life of subjects and their training.
Key-words: Text collective - Interaction - Interactivity - Cooperation - Collaboration
1. Introdução
]
O avanço das tecnologias nas últimas décadas tem possibilitado muitas transformações em nosso dia-a-dia, permitindo interfaces com várias áreas do conhecimento. Procurando atingir e proporcionar um ensino mais abrangente, para que mais pessoas tenham acesso à escolarização, a Educação a Distância (EAD) está sendo difundido em muitas universidades, assim como as tecnologias para o seu desenvolvimento estão em constante aprimoramento. Em virtude dessa nova realidade, as mudanças são inevitáveis nos modelos de ensino-aprendizagem e no papel do professor e do aluno. Isto implica em uma mudança no modo de estudar, aprender e interagir. No espaço para a aprendizagem interativa1, o aluno deixa de ser um mero receptor dos conteúdos e, ao invés de ficar isolado, participa, colabora e interage com as atividades escolares através das mais diversas estratégias de comunicação que os ambientes virtuais de ensino-aprendizagem oferecem.
Almeida (2003b), acentua que a aprendizagem decorre das interações, ou seja, das relações estabelecidas em ações do pensamento humano acompanhadas de reflexões sobre resultados e produção de significados. Portanto, as melhores condições para a aprendizagem são aquelas que proporcionam ao aluno tanto a possibilidade de interagir com objetos de aprendizagem como a convivência com a diversidade cultural e de idéias que possibilitam colocar a sua expressão de pensamento, mas ao mesmo tempo é necessário dispor-se ao diálogo, ouvir o outro, além de, exercer a sua autoria e o trabalho de produção cooperativa. Isso tudo faz parte de uma aprendizagem interativa, ou seja, mediada por tecnologias de comunicação e informação.
Nesse aspecto, com o surgimento das tecnologias da informação e comunicação, o processo de ensino-aprendizagem ganhou um novo impulso, principalmente em relação às ferramentas envolvendo metodologias pedagógicas que tornam a aprendizagem mais colaborativa/cooperativa e menos passiva, com esforços mútuos de seus participantes.
Na primeira parte do artigo explicamos como ocorre a aprendizagem mediada pelas tecnologias. As perspectivas de mudança não estão alicerçadas somente na inclusão das tecnologias na educação é necessário um novo modo de agir com o sujeito aprendiz. Conforme Nevado (2005) consiste em novas formas de conceber e praticar educação, assim o conhecimento é percebido como um processo em constante movimento onde ocorrem incertezas, dúvidas, busca de novas alternativas, de trocas entre os envolvidos no processo.
Em seguida, nos referimos a interação social, que é concretizada a partir dos diálogos de colaboração e cooperação, como fundamental na construção desse conhecimento mediado por tecnologias. Através dessa interação social busca-se problematizar o saber, contextualizar os conhecimentos, colocá-los em perspectiva para que os sujeitos possam apropriar-se deles e utilizá-los em outras situações de aprendizagem (BELLONI, 2003).
Para construção deste texto contamos com o Editor de Texto Coletivo (ETC)² que possibilita um ambiente capaz de dar suporte à escrita cooperativa/colaborativa através da Web. Através desse espaço virtual trabalhamos a distância de forma síncrona e assíncrona. O grupo utilizou, ainda, o ambiente virtual de aprendizagem ROODA - Rede Cooperativa de Aprendizagem da UFRGS, onde criamos um Fórum para trocas e discussão de conceitos na construção do texto coletivo. É importante ressaltar que durante este trabalho foi necessário articulação do grupo, pois foi preciso no trabalho coletivo ouvir a todos e contribuir com idéias para essa construção. Constitui-se num
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1 É um processo complexo de trocas onde o sujeito modifica suas estruturas cognitivas e pode também modificar as estruturas cognitivas dos colegas, por meio de interações mediadas por tecnologias.
Ocorrem em ambientes concebidos para mediação da aprendizagem que proporcionam o suporte necessário as interações e as produções individuais e coletivas (NEVADO, 2005).
2 O ETC (disponível em http://homer. nuted.edu.ufrgs.br/etc) tem como objetivo propiciar a escrita coletiva/cooperativa através da rede, desenvolvido pelo NUTED - Núcleo de tecnologia Digital aplicado à Educação.

movimento dinâmico em que estão envolvidas diferentes culturas, aprendizagens, habilidades que precisam ser respeitadas e ao mesmo tempo chegar ao resultado esperado e a produção de significados.

2. O desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias: possibilidades e limites

Atualmente muito se sobre as tecnologias da informação e comunicação presentes no cotidiano, as possibilidades e limites da relação com os seus agentes.
Muitos teóricos influenciaram o atual sistema de aprendizagem e hoje os alunos tem condições de interagir com o conhecimento e participar de uma educação mais conectada aos meios tecnológicos. A aprendizagem passa por uma grande reformulação e o grande desafio é a adaptação dos antigos métodos com outros, repaginados e adequados à nova geração.
Tudo isso exige mudanças culturais em relação a esses novos modos de compreender, que, por sua vez, exigem um outro modo de conhecer. Cortella (2000, p.110) afirma que “o conhecimento, qualquer um, origina-se do que fazemos e aquilo que fazemos está embebido da cultura por nós produzida, ao nos produzirmos”. Assim, a apropriação da tecnologia pela educação também depende de uma imersão nessa cultura informática nos espaços escolares e de uma formação científico-tecnológica que permita essa transição.
Muda a forma e a organização escolar, tanto para os professores como para os alunos, pois no ambiente virtual de ensino-aprendizagem, cada indivíduo terá oportunidades de percorrer diferentes caminhos, descobrir nós e conexões existentes nas informações, criar novas conexões, ligar contextos, mídias e recursos. Todos podem expressar suas idéias através da escrita, conviver com as singularidades, testar hipóteses. As pessoas compartilham idéias, angústias, valores, e tornam-se ao mesmo tempo autores e criadores de informações.
Para desenvolver uma prática mediada por tecnologias se torna necessário um comprometimento muito grande de todos os envolvidos. Nesse processo de ensinoaprendizagem é essencial a expressão das colaborações entre professores e alunos, orientadas para que ambos se apropriem das riquezas da cultura escolar e desenvolvam o ensino-aprendizagem. Uma dessas apropriações está em aprender a trabalhar na escola mediado por tecnologias. É fundamental organizar o tempo de estudo para acompanhar as atividades planejadas pelo professor no ambiente, bem como habituar-se com essa mediação e procurar trabalhar com os recursos disponíveis para maior familiarização com os mesmos. Com essa prática são desenvolvidos critérios para seleção das leituras, participação em fóruns e demais atividades propostas.
Contudo, planejar atividades de estudo no escopo do diálogo, focado na problematização de situações-problema e a participação ativa, crítica e criativa dos alunos, sob a orientação do professor, são fundamentais para privilegiar a aprendizagem no âmbito escolar. Por outro lado, acompanhar o desenvolvimento dos alunos, ainda que através da mediação tecnológica, a construção de novas atividades, proporcionando espaços de interação, autoria e trabalho de produção colaborativa, é essencial para o ser mais libertador. Dessa forma, são superadas práticas “usuárias” e “consumistas” de idéias e a disposição ao diálogo-problematizador com os alunos, transformando-os em “intérpretes-autores” (ALBERTI, 2006, p. 116).
Acreditamos ser esse um dos papéis da escrita coletiva, para que além da interação, possamos nos colocar no papel de autores. Ou ainda, como coloca Primo (2003) não é justo tratar os envolvidos nesse processo de mediação como apenas usuários, fazendo da tecnologia a estrela maior. A estrela somos nós, que através de nossas escritas, colaborações e cooperação vamos fazer esse processo funcionar. Assim, a aprendizagem colaborativa define-se neste estudo como um conjunto de métodos e técnicas de aprendizagem para utilização em grupos estruturados, assim como de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social), onde cada membro do grupo é responsável, pela sua aprendizagem e pela aprendizagem dos elementos restantes. A aprendizagem colaborativa destaca a participação ativa e a interação, tanto dos alunos como dos professores. O conhecimento é visto como construção social e, por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes que propiciem a interação, a colaboração e a avaliação. Os ambientes de aprendizagem colaborativos são ricos em possibilidades e propiciam o crescimento do grupo.
Além da aprendizagem colaborativa, a aprendizagem cooperativa também faz parte desse processo e, ela é fundamental para uma discussão e participação orientada. Cooperar é se "abrir" para o debate e não simplesmente postar uma fala num texto sem discussão prévia. Trabalhar com aprendizagem cooperativa implica ter como referência o constructo co-operação, trabalhado por Piaget (1973) - "a cooperação é uma forma particular de interação social". O grupo que trabalha na perspectiva da colaboração, busca através do trabalho conjunto, um objetivo comum, sem uma divisão de tarefas e responsabilidades. Já na perspectiva da aprendizagem cooperativa é preciso propiciar um processo cognitivo socialmente compartilhado entre seus membros.
Por isso, as tecnologias são aliadas dos professores e gestores. O uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) precisa ser problematizado na escola e incorporado à cultura escolar. Nesse sentido é importante combater a tendência ao isolamento de muitos profissionais e a atual fragmentação dos componentes curriculares. As salas de aula continuam a funcionar como antigamente. "Vivemos um dilema: há um modelo interiorizado por toda a sociedade e pelos educadores do que é ser professor e há necessidade de mudança no perfil e na ação profissional" (NOVAIS, 2006, p. 02). A chegada do computador à instituição escolar, acaba funcionando mais como "maquiagem" (NOVAIS, 2006, p. 03). O desafio é fazer com que esse recurso seja utilizado efetivamente como uma ferramenta de ensino-aprendizagem.
Os aparatos tecnológicos não são suficientes para garantir a construção do conhecimento. Visto que, há uma necessidade dos educadores reverem a sua prática de ensino, buscando integrá-los ao processo de ensino-aprendizagem. Para que o uso do computador possa realmente auxiliar, no desenvolvimento de uma prática onde ocorram construções cognitivas, se faz necessário que a metodologia adotada, por quem coordena e administra esse processo, esteja fundamentada numa perspectiva que contemple a construção do conhecimento. O uso do aparato, não garante uma prática construtivista, só lhe dá as ferramentas necessárias para que a mesma possa ocorrer.
Agora, a sua efetivação, ou não, vai depender da vontade de seus participantes e de quem desenvolve a prática de ensino. “Sendo assim, a concepção epistemológica do professor acaba apresentando um papel de fundamental importância dentro desse processo, visto que ela, está diretamente relacionada a forma como os educandos irão se relacionar com o conhecimento, influenciando inclusive nas trocas que se desencadearão durante o processo de aprendizagem e na postura dos alunos perante o mesmo” (CARRION, 2007, p.10).

Para Piaget (1973) só há aprendizagem quando há acomodação, ou seja, uma reestruturação da estrutura cognitiva (esquemas de assimilação existentes) do indivíduo, que resulta em novos esquemas de assimilação. Portanto cabe ao professor "provocar" esse desequilíbrio escolhendo cuidadosamente os esquemas de assimilação para que ocorra um diálogo ativo entre professores e alunos.
No entanto, para que aconteça uma nova estrutura cognitiva do conhecimento pelo aluno, a educação precisa fazer a diferença no desenvolvimento dos escolares. E, uma boa educação faz a diferença sim, na vida dos alunos. É com isso que precisamos nos preocupar. Em fazer com que a educação mediada por tecnologias insira nossos alunos na cultura social vigente, fazendo com que os mesmos sejam capazes de participar, criar e transformar através do acesso a mesma. Para isso, precisamos que os professores façam à diferença na sua prática educacional ao integrarem a mediação do ensino as TIC.
Portanto, as atividades de estudo problematizadoras mediadas por tecnologias podem ser construídas em torno de ações e operações (ALBERTI, 2006), oportunizando ao aluno realizar atividades práticas, agindo e modificando o objeto de aprendizagem, (re) construindo o seu conhecimento. Assim, é possível promover atividades para que esse sujeito do conhecimento alcance construções cognitivas necessárias ao seu desenvolvimento e ainda, que mobilize o que aprendeu na realização de novas tarefas, tendo condições de contextualizar com seus conhecimentos prévios.
3. Interação Social

A interação social entre os sujeitos que participam de ambientes de aprendizagem é fundamental, para a construção do conhecimento. Para Vygotsky (1998), todas as funções superiores originam-se das relações reais entre os indivíduos.
Todas as funções durante o desenvolvimento da criança ocorrem primeiro no nível social e depois no nível individual, assim ocorre primeiro o interpsicológico entre as pessoas e depois o intrapsicológico dentro do ser. "A transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal é o resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento" (p.75). Já para Piaget (1973), a aprendizagem está subordinada as estruturas de desenvolvimento: "O ser humano age conforme a sua estrutura". Assim, toda ênfase é colocada na atividade do próprio sujeito, o qual para conhecer deve operar e agir ativamente sobre o meio, sendo a sua ação a mola propulsora desse processo. No entanto, apesar de certas divergências, em uma coisa ambos concordavam, na importância da interação para o desenvolvimento do indivíduo enquanto sujeito de conhecimento.
Conforme Vygotsky (1998), o ser humano é um ser social e seu desenvolvimento se dá na participação do meio em que está inserido. Mas, o simples contato com os objetos do conhecimento não garante a aprendizagem, sendo a mediação do outro (professor) fundamental para que esse processo se realize. Portanto, a escolarização no desenvolvimento do ser humano é vital, e precisa ser conduzida a fim de desenvolver nos alunos a capacidade de pensamento, de raciocínio lógico, capaz de mobilizar o aprendizado nas mais diversas situações. O professor precisa interferir na zona de desenvolvimento proximal (ZDP) dos alunos auxiliando-os na construção do conhecimento, mesmo quando for através de práticas mediadas por tecnologias.
O mesmo autor coloca ainda que a interação social é importante porque o professor pode modelar a solução apropriada, dar apoio estruturado na procura da solução e monitorar o progresso do aluno. Tudo isso, tendo em vista facilitar o crescimento e a aquisição de conhecimentos cognitivos individuais.
A ZDP pode compor-se de diferentes níveis de experiência individual (alunos e professores), e podem também incluir artefatos tais como livros, programas para computadores e materiais de caráter científico, etc. A finalidade principal da ZDP é a de suportar a aprendizagem intencional. A aproximação sociocultural de Vygotsky à aprendizagem e muito em particular o conceito de ZDP podem, com sucesso, ser utilizadas no estudo da aprendizagem colaborativa assistida por computador. Neste caso o computador é visto como um recurso para este tipo de aprendizagem. As ferramentas de interação dos ambientes virtuais de ensino-aprendizagem podem ajudar os alunos a se comunicarem e a colaborarem e cooperarem em atividades comuns, através das quais os indivíduos e os grupos interagem uns com os outros.
As teorias da aprendizagem e desenvolvimento tratam da "inter-ação" como ação entre pessoas, mediadas por objetos do conhecimento. Para os socio-interacionistas:

A produção de conhecimento individual e coletiva não se esgota na experiência comunicativa, sendo o conhecimento construído em um processo social negociado, que envolve a mediação, a representação mental e a construção ativa da realidade em um contexto histórico e cultural, evidenciando um sistema mais amplo de produção. A interação com os objetos e respectiva produção de conhecimento é de origem social, mediada por instrumentos ou artefatos (mentais ou físicos), surgindo na atividade entre as pessoas (interpsicológico) e tornando-se interiorizada(intrapsicológico) pela apropriação das informações e respectivas estruturas, que caracterizam o momento individual de aprendizagem (VYGOTSKY 1984 apud ALMEIDA, 2003, p. 208).

Devido a isso, a interação é fundamental nas práticas mediadas por tecnologias. Dela dependerá a qualidade de comunicação e de trocas de informação para que o processo de ensino-aprendizagem tenha continuidade e seja qualificado. Porém, conforme aponta Primo (2003) a interação varia qualitativamente de acordo com a relação mantida entre os envolvidos, variando progressivamente da interação mais reativa (programada e determinística) à de maior envolvimento e reciprocidade, a interação mútua. Neste último tipo de interação, o relacionamento entre os participantes vai sendo construído durante o processo, tendo um impacto na evolução das interações subseqüentes.
Portanto, a comunicação oferecida pelas TIC está modificando as possibilidades de interação a distância. Podem ser simultâneas ou assíncronas, oferecendo rapidez, segurança e no caso do correio eletrônico uma opção menos onerosa. Belloni (2003) entende a interação como uma ação recíproca entre dois ou mais atores, onde ocorre intersubjetividade. Ou seja, encontro entre dois sujeitos. Em situações de aprendizagem a distância, a autora coloca que a interação entre professores e alunos é extremamente importante, pois ocorre um retorno imediato.
Como a interação é importante no ensino a distância, a interatividade também é um fator considerável para desenvolvê-la, pois ela promove a possibilidade de interação. São duas palavras parecidas, mas com perfis diferentes. A interatividade é vista como a possibilidade da tecnologia de promover a interação, a participação e a construção. É uma nova forma de interação técnica abrindo espaços para mais trocas e participação facilitando o processo de comunicação. A interação, por sua vez, é um processo de trocas estabelecida entre colegas, professores, tutores. É uma ação recíproca entre dois ou mais autores que propicia a socialização, a aquisição de aptidões e habilidades facilitando a aprendizagem. É necessário que os participantes interajam, se escutem, troquem idéias, se constituam como grupos e os comportamentos individuais estimulam os outros. Isto é inter-ação, ação /relação entre.
É preciso aprender a estudar, a ler, a escrever usando teclado, mouse, impressora, tela do computador conectado na Internet. São habilidades adquiridas durante esse processo de escolarização mediada por tecnologias. Portanto, a interatividade é uma característica que significa possibilidade do usuário interagir mediado pela máquina. O professor precisa estar atento a estas dificuldades perante o trabalho com o computador conectado, para que os alunos adquiram habilidades e se familiarizem com os recursos tecnológicos.
Em situações de educação a distância3, a interação entre professores-alunos e alunos-alunos é um fator extremamente importante e eficaz no processo de ensinoaprendizagem.
Assim, Belloni (2003, p. 48) usa o termo “conversação didática orientada” para ressaltar a importância do professor estar em constante diálogo com seus alunos, com o objetivo de estimulá-los e mostrar que não estão sozinhos e, também para que não desistam do processo de formação.
Para que essa interação seja mais efetiva, a aprendizagem colaborativa atua principalmente na concepção de trabalho onde o desenvolvimento cognitivo resulta de várias trocas sociais entre indivíduos com um objetivo comum. A interação neste tipo de trabalho é constante, e, mesmo com a divisão de tarefas, a interação e colaboração dos membros do grupo é efetiva. Ao permitir comentários, colaborações e conclusões o grupo pode enriquecer o texto.
A importância da interação é percebida por Maçada e Tijiboy (1998. p.3) no sentido que:

(...) a interação ("inter-ação") é o elemento básico e inicial de todo o processo, pois é ela que abre o canal de comunicação. Mas ela também está e deve estar presente ao longo de todo o trabalho em grupo possibilitando uma negociação constante entre os sujeitos envolvidos". Viabilizando o aprendizado através das relações inter-pessoais.

O processo de interação entre indivíduos, que envolve o aprendizado, possibilita intercambiar pontos de vistas, conhecer e refletir sobre diferentes questionamentos, refletir sobre o seu próprio pensar, ampliar com autonomia a sua tomada de consciência.
Assim, possibilita-se um fazer mais consciente, que viabiliza uma ação mais qualificada. Para que o aprendizado ocorra, em comunidade, é necessário um consenso sobre o significado de determinada informação e suas implicações, o que, às vezes, requer resolução ou gerenciamento de conflitos eficaz.
É um comprometimento que assumimos tanto com colegas como com o professor. Além disso, a participação precisa ir além de um simples ato de postar uma tarefa, ela deve estar envolvida pelos princípios de cooperação, diálogo e aprendizagem para que realmente sejamos a estrela maior nesse processo. Se não ocorrer esse processo serão sempre as tecnologias que estarão acima daquilo que criamos através delas.
Assim, acabamos reforçando o que Brecht (apud PRIMO, 2003) diz "o que mais se salienta hoje é a interação homem-máquina e a usabilidade das interfaces". Dessa forma, não passaremos de simples usuários preocupados com o potencial multimídia do computador e de suas capacidades de programação. Acreditamos, portanto na necessidade de sermos autores nesse processo!

4. Conclusões
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3 Conforme Belloni (2003) educação a distância é uma relação de diálogo, estrutura e autonomia que requer meios técnicos para mediatizar esta comunicação. É baseada em procedimentos que permitem o estabelecimento de processos de ensino-aprendizagem mesmo onde não existe contato face a face entre professores e alunos.

Com o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, o processo de ensino-aprendizagem se expandiu de forma considerável. Porém, ensinar e aprender através das mesmas não é tarefa fácil! Ao nos dispormos para um trabalho de escrita colaborativa ou qualquer outra atividade mediada por tecnologias precisamos estar preparados para o trabalho que isso envolve.
Foi exatamente isso que vivenciamos ao construir esse trabalho coletivamente. Desenvolvemos na prática as atitudes de colaboração e cooperação até chegarmos no produto final que foi esse texto. Muitas foram as versões do mesmo, onde cada colega através do ETC postou suas colaborações, discutiu conceitos e muitas foram as mensagens através do ambiente ROODA para definirmos o rumo do trabalho.
Salientamos também, que deixar de lado práticas individuais e dispor-se ao diálogo também foi uma construção muita significativa, pois estamos acostumados a trabalhar sozinhos e para por em prática a colaboração e a cooperação tão almejada na educação a distância é preciso uma mudança na nossa concepção de trabalho tão arraigado ao individualismo.
No trabalho de grupo, cada um, tem uma forma diferente de escrever. Cada um vem de um lugar ou uma instituição diferente com viés diferente, teorias diversas, concepções de ensino-aprendizagem divergentes. Inclusive, tivemos que discutir normas de estrutura do trabalho, como por exemplo: as citações, siglas, configurações além das discussões conceituais que são fundamentais para a nossa aprendizagem.
Enfim, estávamos buscando construir um processo cognitivo socialmente compartilhado entre todos os membros do grupo. Estávamos em inter-ação, em relação, em construção coletiva de conhecimento e as vezes até em conflito, o que não deixa de ser construtivo, pois ele faz parte desse processo.
Assim, torna-se fundamental estarmos sempre avaliando a nossa prática construindo um movimento no contexto da ação-reflexão-ação, buscando entender como construímos a nossa ação para contemplarmos na prática o que defendemos na teoria. Na educação mediada por tecnologias, se quisermos desenvolver uma prática colaborativa e cooperativa precisamos ter a sensibilidade de ouvir e respeitar o outro através do diálogo e compreender que não somente o aluno aprende, mas que "quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender" (FREIRE, 1996, p. 23).

5. Referências Bibliográficas

ALBERTI, Taís Fim. Teoria da Atividade e Mediação Tecnológica Livre na Escolarização a Distância. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2006.

ALMEIDA, Maria Elizabete Biancocini. Educação, ambientes virtuais e interatividade.
In: SILVA, Marco (org.). Educação online: teorias, práticas, legislação e formação de professores. Rio de Janeiro: Loyola, 2003.

ALMEIDA, Maria Elizabeth Biancocini. Tecnologia e Educação a Distância: Abordagens e Contribuições dos Ambientes Digitais e Interativos de Aprendizagem. ANPEd, 2003b.

BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2003.

CARRION, Carolina. Trocas sócio-cognitivas e construção do conhecimento em EAD. Projeto de Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, FACED, 2007.

CORTELLA, Mario Sergio. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2000.

MAÇADA, L.Débora; TIJIBOY, Ana Vilma. Aprendizagem Cooperativa em Ambientes Telemáticos. IV Congresso RIBIE, Brasilia 1998. Disponível em
http://www.niee.ufrgs.br/ribie98/TRABALHOS/274.PDF
NEVADO, Rosane Aragon de. Ambientes virtuais de aprendizagem: do "ensino na rede" à "aprendizagem em rede". Disponível em
NOVAIS, Vera Lúcia Duarte de. A educação e a escola no olho do furacão... E o gestor diante disso? Disponível em www.gestores.pucsp.br/Curso/Cursos/18/72/1/texto_integra1.html
NOVAIS, Vera Lúcia Duarte de. As TIC’S chegam à escola. Como entrar pela porta da frente? Disponível em www.gestores.pucsp.br/Curso/Cursos/18/72/1/texto_integra4.html
PIAGET, Jean. Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro: Forense, 1973. 233 p.
PRIMO, Alex. Enfoques e Desfoques no Estudo da Interação Mediada por Computador. 2003. Disponível em http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/enfoques_desfoques.pdf
PRIMO, Alex. Quão interativo é o hipertexto? Da interface potencial à escrita coletiva. Fronteiras: Estudos Midiáticos, São Leopoldo, v. 5, n. 2, p. 125-142, 2003.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6ª ed. Martins Fontes, São Paulo, 1998.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O que é ser professor?

Ser professor é conduzir o aluno para a aprendizagem, é estar sempre pronto para contestação, ter a humildade de aceitar seus erros e ter principalmente maturidade para corrigilos.
Ser professor é ter a conciÊncia e responsabilidade de que estão lidando com formação de pessoas e não de "meros" alunos, é ter o desejo de querer aprender cada dia mais e que esse desejo nunca esteja saciado afim de sempre aumentar seus conhecimentos.
Ser professor é querer que seus conhecimentos não fiquem guardados só pra si, e sim que sejam compartilhados com todos aqueles que tenham anseio em aprender
e usá-los de forma útil para com a sociedade.
Enfim ser professor é não ter medo de errar e estár pronto para assumir um lugar que vai se tornar indispensável na vida de todo ser humano.

terça-feira, 27 de abril de 2010

As tics no contexto da Educação a DistÂncia


Diante das transformações que vêm acontecendo em nossa sociedade, podemos considerar que estamos vivendo tempos de discussão que nos permitem refletir sobre as tecnologias de informação e comunicação no contexto da Educação a Distância (EAD). A sociedade vigente caracterizada pela seletividade e dualismo pode restringir a EAD em vários pontos, que por uma legislação específica, podemos entendê-la como meio para inclusão, na qual visa a partir de um espaço interativo, troca de saberes em que deve ser potencializadas competências que possam garantir a formação de um cidadão atuante na presente sociedade. A apropriação das mídias e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), no cenário da EAD faz resignificar o conceito de conhecimento. É através das ferramentas tecnológicas, a partir de mediações atuantes que as potencialidades se afloram, o tempo e espaço, já não são mais problemas, proporcionando uma educação sem distância, sem tempo, levando o sistema educacional a assumir um papel, não só de formação de cidadãos pertencentes aquele espaço, mas a um espaço de formação inclusiva em uma sociedade de diferenças. Nesse entendimento, as novas tecnologias e técnicas de ensino, bem como os estudos modernos sobre os processos de aprendizagem, fornecem recursos mais eficazes para atender e motivar os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Porém, para muitos educadores, esses recursos ainda apresentam-se como companheiros estranhos, embora se reconheça que a sua utilização no processo está se tornando cada vez mais relevante. Assim, é necessária a presença desses recursos nos cursos de formação de professores e/ou como meio pedagógico para potencialização de competências e habilidades. O cenário atual da EAD vem passando por transformações a partir de um contexto de mudanças de valores, em que a diversidade cultural é presente, tendo um significado maior em sua contextualização, de saberes e conhecimentos, assumindo um papel importante na sociedade vigente, na qual a globalização gera uma necessidade de comunicação e informação sem fronteiras. Na EAD, a importância de um planejamento aberto a mediações cooperativas, com caráter flexível, se faz pertinente a partir de uma nova concepção do fazer pedagógico, comprometido com um espaço de trocas, em que a autonomia da construção do conhecimento assume um papel significativo ao que se refere um processo educativo consistente preocupado com a atuação de um indivíduo, totalmente, crítico-reflexivo. Diante dessa realidade devemos fazer apropriação das TIC’s de forma que venham somar aos estudos até então abordados no processo pedagógico, proporcionando aos aprendizes a liberdade responsável no uso das mídias implicando o aumento da autonomia e da responsabilidade, no desenvolvimento de novas habilidades e na efetivação das interações com o próprio grupo e com as pessoas de outros meios sociais e culturais. As mídias surgem como mediatizadora, assumindo papel de informação e comunicação. No espaço escolar sua contribuição é relevante a ponto de proporcionar uma inter-relação necessária para formação de uma visão holística da presente problemática. As diversidades que aparecerão promoverá uma percepção além do que nos é imposto, em sua totalidade será formado um momento de aceitação ou não de culturas, diversas, na qual deverá surgir a igualdade como direito e o preconceito como um ponto negativo que denuncia uma sociedade dualista. Diante desta realidade, o conceito dos recursos didáticos assume um novo papel frente ao surgimento de meios tecnológicos aplicados à educação a partir da prática pedagógica planejada. Na realidade, a idéia de fazer uso das TIC’s é mais abrangente. O uso das mídias educacionais trabalhadas de forma integrada vem nortear a inserção dos sujeitos envolvidos no cenário atual, sociedade tecnológica, além de que viabiliza o processo de formação na modalidade à distância. O acesso aos meios disponibilizados no espaço de EAD deve ter como princípio à atuação efetiva do sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem considerando os recursos tecnológicos utilizados como meio de formação para a construção do conhecimento de um sujeito social, comprometido com o processo, ou seja, protagonista de sua própria caminhada em busca da aprendizagem, dando significado ao conhecimento construído. As TIC’s propiciam novas linguagens no espaço educacional, no qual a intencionalidade tem um significado ao que se refere sua potencialidade. Vale ressaltar que oferecem meios facilitadores, os quais devem estar interligados, caso contrário, não garantirão uma postura dialética do processo de construção de uma práxis comprometida como uma nova paisagem formativa. Assim, de acordo com a perspectiva construtivista da aprendizagem é possível então construir conhecimento a partir do que já sabemos e do que somos capazes de fazer, utilizando os recursos das novas tecnologias. Logo sugerimos reflexões acerca das tecnologias de informação como meio dinamizador da aprendizagem. Qual o impacto do uso das TIC’s no processo de aprendizagem? Como estimular a produção de material didático para introduzir no aprendizado através do uso de ferramentas das TIC’s? Quais os fatores complicadores e estimuladores para o uso das TIC no aprendizado? Quais ferramentas das TIC’s poderão ser mais facilmente utilizadas para o processo de dinamização do aprendizado?
Por
Rodiney MarceloColunista Brasil Escola
Educação - Brasil Escola

sexta-feira, 9 de abril de 2010